Junho - Mês das noivas

Foto: Magnus Rosendahl.


Mês passado foi mês das noivas no Brasil. Este mês, é a vez do Japão.

Agora, um doce virtual para quem adivinhar por que o sexto mês do ano é considerado o mês das noivas no arquipélago dos Tamagochis, Pokémons e ninjas loiros de moletom laranja...

Se isso fosse um teste, qual resposta você acha que seria a mais provável das apresentadas abaixo?

a) Porque, de acordo com o budismo, junho é considerado um mês propício para estabelecer uniões e laços familiares;

b) Porque junho é a metade do ano, o clima é agradável e não chove muito, sendo a época ideal para casamentos;

c) Porque Juno, a deusa da mitologia romana (e grega também, mas com o nome de Hera) protetora dos casamentos e da maternidade, é a deusa que deu nome ao mês;

d) Porque Yuino, a cerimônia de troca de presentes durante o noivado, é foneticamente semelhante à palavra June (junho, em inglês);

e) Porque as agências de casamento e o aluguel dos salões para a recepção da cerimônia oferecem descontos nessa época.

Mande sua opinião. A resposta certa será publicada no primeiro artigo de julho.

Selos da Hello Kitty

Inaugurando mais um novo tópico no Japanisitices, vou mostrar alguns selos da terra niponica.

E nada melhor para iniciar a série do que apresentar os selos da gata branca sem boca mais badalada do mundo...

Aqui estão eles:



Em mais detalhe:







Dia da Imigração Japonesa no Brasil



18 de junho de 1908, quinta-feira: Esta foi a data em que o navio Kasato Maru (笠戸丸) aportou em terras brasileiras, mais precisamente o porto de Santos. Nele chegaram 781 japoneses (591 homens e 190 mulheres), liderados por Ryu Mizuno. A primeira grande leva de imigrantes do país do sol nascente para o país tropical.

Chegaram ouvindo fogos de artifício. Emocionados, imaginaram que os brasileiros os recebiam calorosamente. Mal sabiam que o foguetório era por causa das festas juninas.

Após terem enfrentado 52 dias de viagem, são obrigados a permanecer dois dias (ou horas, dependendo da fonte consultada) em Santos, até que as autoridades alfandegárias terminem a inspeção do navio. Só então foram liberados para pegar o trem que os levaria a São Paulo.



Do Japão, haviam trazido bandeiras do Brasil confeccionadas em seda, que agitaram alegremente das janelas apinhadas, junto com bandeiras japonesas, indicando sua vontade de abraçarem o novo país, sem no entanto esquecerem de sua pátria, para a qual esperavam retornar um dia, enriquecidos.

Afinal, o Brasil havia sido descrito como a terra onde "se plantando, tudo dá", "um baú de tesouros", um lugar paradisíaco cheio de riquezas brotando do chão, apenas esperando por mãos que as coletassem. Também havia a promessa de que logo poderiam transformar-se em donos de sua própria fazenda, acumulando riquezas para depois retornarem, triunfantes, à terra natal.

No cartaz está escrito: "América do Sul, América do Sul, uma arca de tesouros os aguarda". Elaborado por uma tal de União de Emigração da Província de Miyazaki.


Outro cartaz de propaganda: "Vamos lá, com a família inteira, para a América do Sul!"


A realidade, no entanto, era bem outra... Levados principalmente para plantações de café em grandes fazendas do interior paulista, tiveram de executar tarefas que antes eram conferidas aos escravos, e em muitos casos recebiam tratamento semelhante. Os cafeeiros não cumpriram o pagamento prometido, as condições de vida eram precárias, havia preconceito, barreiras linguísticas... O sonho tornou-se pesadelo.

Trabalhadores reunidos antes da colheita de café.


Depois de seis meses, mais da metade dos imigrantes deixou o trabalho árduo nestas fazendas para tentar a sorte em outros lugares. Voltar para o Japão era impossível; não dispunham de dinheiro.



Mas, seja pela reconhecida tenacidade japonesa, seja pela absoluta falta de opções, estes imigrantes permaneceram no Brasil, prosperaram (a duras penas) e, hoje, constituem a maior comunidade japonesa fora do Japão.

As fontes de referência para a elaboração deste artigo foram:

Kasato Maru - Navio Negreiro Japonês

A viagem do Kasato Maru

Nota: As fotos deste artigo não possuem mais copyright (direitos de autor), de acordo com as legislações brasileira e japonesa, devido ao fato de já se terem passado mais de 70 anos desde sua publicação original. Inclusive as duas fotos coloridas dos cartazes, tiradas por mim no Museu da Emigração do Centro de Emigração e Interação Cultural de Kobe.

Pepsi sabor baobá

Pois é, chegou o verão aqui neste hemisfério e, com ele, tem lançamento de mais uma Pepsi de sabor exótico: Pepsi Baobá.



Baobá é um tipo de árvore ( gênero Adansonia) em que a maioria das espécies são nativas da ilha de Madagascar, onde inclusive chega a ser considerada símbolo nacional.

Para aqueles que já leram as aventuras de "O Pequeno Príncipe" (Le Petit Prince), de Saint-Exupéry, o baobá era aquela árvore gigantesca cujas raízes tomavam conta de um planeta inteiro.

Um exemplar de Adansonia grandidieri
Foto: Bernard Gagnon. Encontrada na Wikipédia.


O fruto é comestível e imagino que tenha sido a partir dele que o pessoal responsável pela criação de novos sabores da Pepsi tenha se inspirado para elaborar esse líquido cor de mel de cheiro leve e agradável.

O gosto é interessante; logo que botei a bebida na boca, não sei por que, me veio à mente a imagem de estar ingerindo alguma raiz de planta. No entanto, meu companheiro de experiências gastronômicas e bebedeira em nome da ciência me fez notar que, após a ingestão, permanece na língua um gosto muitíssimo leve, parecido com canela.



Assim, como consideração final, devo admitir que gostei da novidade, embora ela não tenha conseguido ultrapassar o sabor único e refrescante da minha Pepsi sabor esquisito número 1: Shiso.

Vamos aguardar e ver o que essa fabricante de bebidas nos reserva para o verão que vem...

Related Posts with Thumbnails